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10 coisas que fazemos enquanto dormimos

Falar, ranger os dentes ou ressonar são fenómenos noturnos que, à partida, não nos são estranhos. Existem, no entanto, outros, menos comuns, que não imaginamos que replicamos nem porque é que o(s) fazemos. Tem tudo a ver com a nossa função cerebral enquanto descansamos. As explicações.



O sono é essencial ao organismo. Ao dormirmos, desligamo-nos de tudo. A intenção é que certas funções fisiológicas, que não podemos realizar enquanto acordados, sejam restauradas durante o período de descanso noturno. Enquanto repousamos, ocorre um momento de reconstrução e de regulação energética, imperativo à nossa saúde e ao nosso bem-estar. A fisiologia corporal desacelera mas o cérebro, por seu lado, ativa áreas que não funcionam durante o dia.


É nessa altura que ocorrem os fenómenos de consolidação, como os especialistas lhes chamam. Durante esses processos, as áreas da memória são reativadas, dando lugar a um processo de aprendizagem a partir da reorganização das memórias e das vivências diárias. Além destes mecanismos, ocorrem também alguns comportamentos incontroláveis. Falar, ranger os dentes e ressonar são alguns dos exemplos mais comuns. Existem todavia outros. Saiba porque acontecem.


1. Memorizamos coisas


É enquanto dormimos que o nosso cérebro gere a informação que foi recebendo e processando ao longo das horas que antecederam a ida para a cama. A duração do sono é, por isso, muito importante, já que é uma etapa essencial para consolidar a memória e o processamento dos dados assimilados. Não dormir o suficiente poderá alterar algumas funções das metabólicas que não se realizarão adequadamente.


2. Crescemos


É também durante a noite, sobretudo no período em que o sono é mais profundo, que as crianças e os adolescentes segregam as hormonas de crescimento que lhes garantem um maior desenvolvimento. Não são, no entanto, os únicos. É também neste intervalo temporal que os adultos regeneram os tecidos e reforçam o seu sistema imunitário.


3. Falamos


Muitas pessoas não têm uma clara noção deste facto mas falar enquanto dormimos é muito mais comum do que aquilo que à partida poderá pensar. Segundo os especialistas, este comportamento tende a acontecer, na maioria dos casos, num contexto de stresse e/ou ansiedade ou depois de se ter comido e/ou bebido demais.


Verbalizar durante a noite, frases e palavras com nexo ou vocábulos ou afirmações sem nexo, também pode dever-se a causas genéticas, embora os investigadores que se têm debruçado sobre o tema ao longo das últimas décadas, não tenham ainda descoberto a que disfunção é que corresponde exatamente este comportamento.


4. Mexemos os olhos


É durante a fase de sono REM, sigla de rapid eye movement, que em português significa movimento rápido dos olhos, ocorrem os sonhos mais nítidos. Durante esse período, que se pode prolongar por um período entre 10 e 60 minutos, os olhos movem-se rapidamente. Nessa etapa do descanso noturno, a atividade cerebral é intensa, embora o corpo esteja inerte.


Os únicos músculos que não estão paralisados são os dos olhos, que continuam a gerar movimentos oculares rápidos. Apesar de ser um fenómeno muito observado, particularmente em crianças e animais, a sua causa continua a suscitar dúvidas, não havendo, ainda, uma consenso por parte dos cientistas que se têm debruçado sobre este fenómeno.


5. Rangemos os dentes


O ranger involuntário dos dentes, também conhecido como bruxismo, afeta fundamentalmente pessoas que sofrem de tensão nervosa. Em determinados momentos da noite, essa tensão é libertada. Este comportamento está, muitas vezes, na origem de cefaleias e de enxaquecas. Nalguns casos, essa pressão chega a levar à quebra de dentes ou de aparelhos de correção dentária.


6. Sentimo-nos a cair no vazio


Já alguma vez teve a sensação de estar a ser atraído para um abismo enquanto dormia? Este fenómeno, muito mais comum do que aquilo que pensa, deve-se ao sistema regulador do tónus muscular, que está ligado ao controlo cerebral dos nossos neurónios através da medula espinal. Depois de adormecermos, os músculos relaxam. Nessa fase, ocorre uma inibição do neurónio motor. Esse relaxamento é tão rápido que provoca essa sensação de queda.


7. Ressonamos


É outro dos fenómenos muito comuns. O nível do ronco varia de pessoa para pessoa. Este comportamento deve-se, habitualmente, a uma obstrução. As mais comuns são as das vias nasais e as da faringe. Ter as amígdalas grandes ou ter tido uma constipação também podem levar as pessoas a ressonar. A ingestão de bebidas alcoólicas em excesso ou a toma de comprimidos para dormir são outras das causas.


8. Sentimo-nos paralisados


Apesar de haver quem se sinta a cair no vazio, também há quem se sinta paralisado ou bloqueado enquanto dorme. Este é outros dos fenómenos associados ao ciclo de sono REM, uma fase do descanso noturno em que os músculos se encontram totalmente inertes devido à desconexão muscular.


A paralisia do sono, como também é conhecido este fenómeno, ocorre habitualmente quando, no final de uma dessas etapas, quem estava a dormir acorda repentinamente. Este é todavia, segundo vários estudos científicos internacionais, um fenómeno normal que pode durar entre 10 e 60 segundos.


9. Salivamos


Algumas pessoas percebem, ao acordar, que têm a almofada molhada. Nalguns casos, chega a estar encharcada. Este fenómeno, causado pelo excesso de produção de saliva, deve-se a uma disfunção da coordenação do mecanismo de deglutição. Essa falha resulta numa acumulação excessiva do líquido aquoso segregado pelas glândulas salivares da boca na cavidade oral e numa consequente perda involuntária de saliva pela boca.



10. Os homens têm ereções


Durante os ciclos de sono em que a atividade cerebral é mais intensa, ocorre, por norma, uma fase de excitação inconsciente. Nos homens, sobretudo na infância e na idade adulta, esse período é, muitas vezes, marcado por uma ereção. Nos primeiros anos da adolescência, essa manifestação física é, em muitos casos, seguida de um orgasmo involuntário.


Esse fenómeno é apelidado de polução noturna. Nas mulheres, essa fase de excitação também ocorre. Na maioria, manifesta-se apenas através da produção de secreções vaginais. Nalguns casos, termina com um orgasmo, à semelhança do que sucede com os homens. Estes ciclos tendem a ser mais longos no final da noite e é geralmente nessa fase que acordamos.

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