O Quinta de Ventozelo Loci Tinto 2020 é um vinho que homenageia os diferentes terroirs que existem na propriedade vitivinícola que lhe dá nome. Muito gastronómico, pede para ser degustado com carnes exuberantes e com petiscos repletos de sabor. Foram engarrafadas 20.000 unidades.
Foram necessárias cinco castas provenientes de oito vinhas com características (muito) diferentes para conseguir um vinho que representasse na perfeição a alma dos diferentes lugares da Quinta de Ventozelo, uma propriedade vitivinícola construída numa região do vale do rio Douro que foi ocupada pelos romanos. Os fragmentos cerâmicos encontrados nas imediações da vinha da Capela e da vinha da Dona Zefa são a prova dessa presença humana nestes loci, plural da palavra lugares em latim.
Produzido com 50% de Tinta Amarela, 20% de Tinta Roriz, 10% de Sousão, 10% de Tinto Cão e 10% de Touriga Nacional, o Quinta de Ventozelo Loci Tinto 2020 é, no entanto, um vinho que surgiu por um mero acaso. "Foi inventado num ano que a Touriga Nacional envelheceu muito mal, um ano que foi extraordinário para a Tinta Amarela. Estava mais encorpado do que o costume, com os taninos bem constituídos. Conseguimos um vinho especial", orgulha-se José Manuel Sousa Soares.
Elaborado com uvas vinhas extremes, com idades entre os 20 e os 30 anos, vindimadas manualmente na primeira semana de setembro desse ano, iniciou o estágio em barricas de 300 e 500 litros de carvalho francês de segundo e terceiro ano em fevereiro de 2021, um ano antes de ser engarrafado. Antes de ser lançado no mercado, em outubro de 2022, estagiou ainda durante um período de oito meses em garrafa. "Tem algum especiado da barrica", esclarece o enólogo da Quinta de Ventozelo.
De um rubi intenso, o Quinta de Ventozelo Loci Tinto 2020 surpreende pelo aroma marcado pela fruta madura, com notas de ameixa e framboesa, mas também pelo ligeiro paladar vegetal que lhe confere frescura e intensidade. Na boca, sobressaem, além dos frutos, os taninos redondos e envolventes. O final é harmonioso e elegante, com uma admirável acidez. Este néctar, muito gastronómico, harmoniza na perfeição com pratos de cozinha tradicional portuguesa, pratos condimentados e caça.
"É um vinho complexo, com muitas valências", elogia também José Guedes, chef executivo dos espaços de restauração do grupo empresarial Gran Cruz, que adquiriu a quinta em 2014. "Não gostei dele com polvo nem com bacalhau mas casa muito bem com rosbife de veado com molho de Cumberland, com cogumelos salteados com pinhões e mel, com magret de pato, com barriga de porco", aconselha. Deve ser servido a entre 16º C e 18º C. Custa 25 € e foram engarrafadas 20.000 unidades.
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