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Aprenda a gerir a ansiedade

Afeta milhares de pessoas em todo o mundo, manifestando-se quando algo que é visto como uma ameaça desencadeia uma reação de alarme. Ajude a sua mente e o seu corpo a manterem-se calmos em qualquer altura do ano, recorrendo a estratégias fáceis de implementar no quotidiano.



Mais de 34% da população portuguesa sofre de ansiedade generalizada, segundo o estudo Inquérito às Condições de Vida e Rendimento (ICOR). No caso das mulheres, a percentagem chega aos 40,1%, com os homens a não ir além dos 27,4%. Se se sente ansioso, é porque tem medo de alguma coisa que está a antecipar, equacionando a possibilidade de vir a acontecer algo de errado no futuro. Para não ficar refém desse estado emocional, é essencial que aprenda a distinguir uma ameaça real de uma ameaça potencial.


Deve também exercitar a sua capacidade de moderar as reações, uma vez que o organismo reage da mesma forma face a ameaças reais e imaginárias. "Os grupos celulares do cérebro ativados são os mesmos em ambos os cenários, embora os riscos só existam perante uma ameaça real", explica Vítor Rodrigues, psicólogo clínico, em entrevista a uma revista. É, pois, importante aprender a moderar essas manifestações para as adequar aos riscos reais que está a enfrentar. Siga o plano que se segue à regra sempre que sentir maior ansiedade.


A primeira coisa a fazer é investir no autoconhecimento. A tarefa exige concentração, poder de autoanálise e foco, pelo que deve iniciar o processo num ambiente tranquilo. Pegue num papel e tente ser o mais honesto possível. Procure identificar de onde é que vem o seu medo e se a a ameaça que sente é real. Escreva as primeiras respostas que lhe vierem à cabeça. Esta análise é essencial para conseguir perceber o que mais o preocupa e poder, assim, adotar estratégias e comportamentos que lhe permitam ultrapassar esses receios.


O poder da meditação


Identificada a origem da sua ansiedade, depois de perceber até que ponto tem ou não razões para se preocupar, está nas suas mãos inverter este quadro. Recorrer à meditação é uma das formas de o fazer. Precisa apenas de um quarto silencioso e de concentração. Com os olhos parcialmente fechados, concentre-se na respiração e repita lentamente e indefinidamente a mesma palavra, expressão ou frase. Essa ação tem um efeito positivo na saúde, preservando as células cerebrais e as funções relacionadas com a memorização.


Existem também inúmeros exercícios a que pode recorrer para conseguir relaxar, como é o caso do exercício que apela à calma, proposto por Vítor Rodrigues na mesma entrevista. Em casa, durante cinco minutos, faça todos, mas mesmo todos, os movimentos em câmara lenta. Essa imposição irá forçá-lo a usar o corpo de outra maneira, dando muita atenção a gestos habitualmente mecânicos. "O efeito pode ser muito calmante", garante. Também existem aplicações que ajudam a relaxar, como a Calm, a Breathe2Relax ou ainda a Happify.


Exercícios que fazem milagres


Consoante a personalidade e/ou o estilo de vida, há quem prefira modalidades mais enérgicas para descarregar energia ou atividades mais calmas para relaxar. "Se gosta de desportos mais exigentes fisicamente, saiba que o body combat e o body attack são opções certas para si. Se praticar estas modalidades duas vezes por semana, obterá, além do combate à ansiedade, mais-valias para a saúde, como a perda de massa gorda, a tonificação muscular e a prevenção de doenças cardiovasculares", refere ainda o psicólogo clínico.


Estas atividades físicas não são, no entanto, recomendadas a quem sofre da coluna, das articulações e/ou dos ossos, a grávidas nem a quem tenha insuficiência cardíaca de esforço. "Se prefere alternativas mais calmas, o ioga e o pilates, que recomendo fazer duas vezes por semana pelo menos, são opções a considerar. Além de menos dores, terá mais força muscular, maior agilidade, mobilidade e correção postural no caso do pilates e maior flexibilidade, relaxamento, concentração e tranquilidade mental no do ioga", esclarece.

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